Quando o Sol começa a aproximar-se do horizonte, e a emitir a sua claridade tímida e difusa, o véu entre os mundos é ténue, e as fadas e duendes fazem uma festa, concedendo aos seres humanos mais especiais o privilégio de os verem.
Nesse momento mágico, em que os primeiros raios de Sol começam a despontar, toda a Mãe-Natureza desperta para o milagre do novo dia que começa.
As flores abrem as suas pétalas coloridas, oferecendo o seu pólen aos insectos.
As folhas verdes e viçosas gotejam o orvalho da manhã, o alimento das fadas.
Os pássaros esticam gentilmente as asas, alisam as penas, e começam a chilrear baixinho, num burburinho suave, que pressagia um dia cheio de boas novidades.
E as pessoas?
Bem, com excepção das que se levantam antes do nascer do Sol, quase ninguém dá por nada.
Dizia John Lennon que "
o Sol todas as manhãs faz um lindo espectáculo e, no entanto, a maioria da plateia ainda dorme".
Geralmente, as pessoas fecham os estores e as cortinas todas as noites.
E, quando se levantam, precisam de acender o candeeiro, para ver o caminho até à porta do quarto.
Isolam-se e afastam-se do estado natural, deixando que a tecnologia domine as suas vidas.
Eu gosto de dormir de persianas levantadas. Gosto que os primeiros raios de Sol venham tocar no meu rosto como uma mão divina e silenciosa que me acaricia e desperta suavemente.
E sinto-me, em pleno, um ser integrante da Natureza que todos os dias desperta magicamente, em conjunto com as flores, as árvores, os pássaros...
Quando a claridade do Sol atravessa as minhas pálpebras fechadas, sinto-me regenerada e em estado de graça.
E é assim que me sinto hoje.
Quem desejar partilhar desta sensação, é simples: esta noite, deixe as persianas para cima!